Diário de bordo “O Marinheiro Compositor”
“Às primeiras horas desta manhã, a névoa que cobria o porto dissipou-se lentamente e revelou o contorno das embarcações ali fundeadas. A bordo, a tripulação levantou-se ao som de uma marcha suave, composta na véspera para saudar os marinheiros que regressavam de missão. O clarinete assumiu a melodia principal, enquanto trompetes respondiam em antífona, como se a música acompanhasse o balanço das ondas.”
O diário descortina momentos em que Magalhães descreve suas experiências como músico militar, traduzindo em palavras as emoções vividas durante missões e cerimônias. O autor narra encontros com bandas aliadas, ensaios improvisados no convés e a recepção de autoridades civis que se encantavam com os arranjos brasileiros.
Além dos relatos cotidianos, o caderno traz esboços de partituras e anotações sobre harmonias experimentadas no mar. Há reflexões sobre como adaptar ritmos regionais para formações militares e apontamentos sobre repertórios ideais para cada momento cerimonial.
“Compor no mar é como reger o próprio horizonte. Cada acorde precisa abraçar a tripulação inteira, elevando o moral sem perder a disciplina.”
Ao final, Magalhães registra o compromisso de preservar o repertório naval, incentivando novos músicos a continuarem a tradição. A transcrição aqui apresentada mantém a ortografia original e indica, entre colchetes, trechos onde o manuscrito apresenta rasuras ou ilegibilidade.